Diversas pesquisas, em diferentes lugares do mundo, apontam o medo de falar em público como um dos maiores da humanidade. Algumas mostram até como sendo maior que o medo da morte!
Vejamos alguns exemplos: Um estudo do jornal britânico Sunday Times, de 2015, mostrou o medo de falar em público como sendo o maior temor de 41% dos entrevistados, enquanto 22% disseram que eram as dívidas e somente 19% falaram em medo de morrer.
Aqui no Brasil, uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciências Fonoaudiológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) trouxe dados igualmente curiosos: 59,7% dos entrevistados responderam ter medo de falar em público. Essa pesquisa não apresentou comparação com outros medos, mas sondou os principais sintomas de quem afirmou ter dificuldades em se expressar publicamente. Os mais frequentes foram a respiração ofegante, relatada por 95,6% dos entrevistados e a taquicardia (coração acelerado), apontada por 64,7%.
Os pesquisadores Gustavo D’El Rey e Carla Alessandra Pacini apresentaram um estudo apontando o medo de falar em público como uma importante fobia social. Em uma amostragem de 452 entrevistados do estado de São Paulo, 13% relataram que a chamada glossofobia provocou problemas em seu trabalho, vida social e familiar e nos estudos, causando sofrimento acentuado. (Leia a íntegra da pesquisa aqui)
Ansiedade
Entre os motivos que fazem com que tanta gente tema fazer uma apresentação na frente de uma plateia, podemos destacar a ansiedade, a baixa autoestima, o medo da exposição e do julgamento, além de eventuais traumas anteriores e até de motivos que foram incutidos pelos nossos mais remotos antepassados, os homens e mulheres das cavernas! Hoje vamos focar nos problemas da ansiedade.
Vivemos em uma sociedade ansiosa! As pressões por resultados e a agilidade das mudanças no mundo contemporâneo fazem com que estejamos sempre com pressa, sempre com a sensação de termos perdido alguma atualização e sempre acelerados. Isso traz consequências para a comunicação pessoal: as pessoas têm falado cada vez mais rápido, a ponto de ‘atropelar’ as palavras, e com linguagem corporal agitada.
A pessoa fica inquieta, com movimentos pendulares, para frente e para trás ou para um lado e outro, esfregando as mãos, batendo palminhas, estalando os dedos… Os pés não param, as palavras fogem, dando espaço para sons perdidos e reticentes – ehhh, ahhh…
O primeiro passo para acalmar essa agitação toda é respirar! Pode parecer pouco ou banal, mas a respiração é a base para o controle emocional. Quando a pulsação aumenta e o coração se acelera, é pela respiração que conseguimos voltar ao ritmo normal. A dica é: comece a prestar mais atenção à sua respiração. Desacelere. Isso vai fazer você viver mais o presente – ao contrário da ansiedade, que é a preocupação desmedida com o futuro.
Obviamente, cito aqui casos simples de situações pontuais em que qualquer um de nós pode apresentar sintomas de ansiedade. Não estou falando de pessoas diagnosticadas com distúrbios de ansiedade ou pânico, que têm crises e que realmente ‘travam’ em situações de exposição. Em casos assim, é importante procurar auxílio especializado de profissionais de psicologia ou psiquiatria, sem medo e sem preconceito para pedir ajuda.
Este artigo foi criado por Andriane Werner, para a Cátedra Ozires Silva, acompanhe mais sobre o projeto clicando aqui.