Notícias

O que fazer com o dinheiro do FGTS: guardar, investir ou quitar dívidas?

 

Segundo Edson Zedebski, professor do ISAE Escola de Negócios, cada beneficiado deverá avaliar sua atual situação financeira para decidir o melhor destino ao dinheiro.

O saque emergencial do FGTS, benefício oficializado por meio da Medida Provisória nº 1.105, corresponde à flexibilização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e permite o saque de até R$1.000,00 de seu saldo no ano de 2022, devendo tal benefício alcançar cerca de 40 milhões de brasileiros. Os pagamentos tiveram início no dia 20 de abril e irão até 15 de junho deste ano. No entanto, qual a melhor forma de usar o FGTS?

 

“O dinheiro depositado em contas do FGTS rende hoje 3% ao ano somado a Taxa Referencial, que varia diariamente, e, mesmo que esse dinheiro esteja rendendo, o trabalhador só tem acesso a ele em situações muito específicas”, conta Edson Zedebski, professor de finanças do ISAE Escola de Negócios. “Enquanto isso, as dívidas têm juros e ficam mais caras a cada dia. É possível utilizar o dinheiro para quitá-las ou pelo menos pagar uma parte delas”, diz.

 

Uma pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio, apontou que em março de 2022 o percentual de famílias endividadas atingiu um recorde histórico de 77,5%. Conforme dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 15,9% dos valores devidos está entre R$500,00 e R$2.500,00, ou seja, para milhões de pessoas o valor liberado para saque do FGTS pode cobrir todas as dívidas.

 

“O recomendável é priorizar as dívidas com as maiores taxas, como o cartão de crédito e o cheque especial, bem como aquelas que venceram há mais tempo cujo valor total é mais elevado, buscando sempre a melhor negociação possível ou uma renegociação com a quantia disponível para a proposição de acordos”, aponta o especialista.

 

Para aquelas pessoas que não tem dívidas, o especialista indica utilizar o valor para criar ou aumentar uma reserva emergencial, ou seja, um montante guardado para imprevistos e que precisa estar facilmente disponível, preferencialmente em contas com liquidez imediata. “Deixar algum valor parado na conta corrente jamais será uma boa ideia, uma vez que dessa maneira o dinheiro não rende nada. Se não há dívidas e já existe uma reserva de emergência, investir o valor sacado é uma ótima opção”, pondera.

 

“Se os R$1.000,00 do saque do FGTS emergencial forem aplicados, por exemplo, em Caderneta de Poupança, o rendimento líquido será de 6,9% ao ano. Se a opção for o CDB 100%, o rendimento líquido será de 9,2% ao ano. Caso a opção seja LCI/LCA 95%, o rendimento líquido será de 11% ao ano, com vencimento em 2023. Já vez optando por Tesouro Pré-fixado 2025, o rendimento líquido será de 10,12% ao ano. Qualquer uma dessas opções é mais rentável do que deixar o dinheiro parado na conta do FGTS, cujo rendimento líquido chegará, no máximo, a 5,6% ao ano”, completa Edson Zedebski.

 

Fonte: P+G Comunicação Integrada