Em parceria com o ISAE Escola de Negócios e SESCOOP/PR, cooperativa migrou mais de 1 mil colaboradores para o modelo online, mantendo o atendimento, mesmo com o aumento da demanda devido à COVID-19
O segmento de saúde foi, evidentemente, o mais afetado pela pandemia da COVID-19, precisando encontrar respostas eficientes para as demandas de maneira urgente. Entre as empresas dessa área, estão também as cooperativas de saúde. E entre as novas necessidades, estavam manter a gestão da cooperativa em dia diante de um momento crítico e encontrar meios para atender com eficiência os cerca de 47,5 milhões de brasileiros beneficiários de algum plano de saúde – o equivalente a 24,5% da população do país.
Na Unimed Curitiba, 1.116 colaboradores deixaram o regime tradicional para trabalhar em casa em março de 2020. “Nesse tempo de cuidar, procuramos olhar com bastante cuidado e atenção para as necessidades de todos os envolvidos com a nossa operação. Como sabem, desde o início da pandemia da COVID-19, estamos nos adaptando e nos reinventando para promover saúde e bem-estar àqueles que trabalham aqui. Por isso, em tempo recorde e mesmo sem a cultura do home office, 90% do nosso quadro de colaboradores passou a trabalhar de casa, em segurança e com a infraestrutura necessária para a execução das atividades”, afirma o diretor-presidente da cooperativa, Rached Hajar Traya.
Com uma demanda maior, a empresa precisou readequar o funcionamento interno. “Remodelamos os nossos processos do físico para o digital. Não tínhamos esse costume, pois fazíamos as reuniões e treinamentos de forma presencial. Tivemos que nos planejar e orientar as médias lideranças a gerirem o seu trabalho a distância”, conta a analista de Desenvolvimento Humano Sênior da Unimed Curitiba, Letícia Dib Baby.
A mudança de rotina contou com a parceria do ISAE Escola de Negócios, que, por meio do ISAE Coop – iniciativa que desenvolve soluções educacionais customizadas para cooperativas –, criou um programa específico para a Unimed Curitiba, que conta com mais de 528 mil beneficiários e mais de 4,8 mil médicos cooperados. “Como uma cooperativa é feita de pessoas e para pessoas, buscamos sempre as melhores práticas de mercado na hora de realizar mudanças e adotar novas medidas, mas também avaliamos as necessidades dos nossos colaboradores de forma integral para que possamos ofertar ações e treinamentos que valorizem não apenas o centro de inteligência mental, mas também o emocional de cada um”, explica Gisela de Paula Cardozo Pereira, gestora da área de Desenvolvimento Humano.
“Sempre capacitamos os nossos colaboradores e temos uma escola de líderes. Realizamos um treinamento específico para este novo modelo de gestão, focado na agilidade mental e capacidade de adaptação para a mudança”, reforça Letícia.
Na avaliação do professor do ISAE, André Martim, coordenador da área de cursos com foco em gestão de sistemas de saúde, as lideranças têm papel fundamental na orientação e supervisão de tarefas essenciais para o desempenho das cooperativas. “Os resultados da empresa dependem de execução eficaz dos trabalhos na produção de bens ou serviços. Como vivemos em tempos de mudanças rápidas, o treinamento continuado hoje é uma necessidade não apenas para vantagem competitiva, mas para sobrevivência”, diz.
Para o professor, o fato de nas cooperativas médicas todos serem proprietários com direito a voto – tornando-se corresponsáveis –, torna a comunicação das diretrizes fundamental em momentos críticos. Se isso não ocorre, a cooperativa fica em posição de vulnerabilidade. “A sustentabilidade da empresa está condicionada à manutenção das premissas de buscar o interesse coletivo da cooperativa e colaboração participativa e difusa entre os cooperados”, diz.
Soluções sob medida
Na pandemia, o digital se tornou praxe também na capacitação contínua dos colaboradores. Ao longo do ano, a Unimed Curitiba realizou o Programa Incentiva, que oferecia cursos mensais. “Pensamos que teríamos uma queda na procura, mas tivemos até participação maior no formato online. A comodidade de não precisar sair de casa e estar próximo da família foi uma vantagem que agradou a muitos. Além disso, a aula era ao vivo, permitindo a interação entre os participantes”, conta Letícia.
De acordo com Martim, os cursos online não são adequados apenas pelo contexto da pandemia, mas por seu baixo custo, permitem ao seguimento a capacitação e avaliação continuada de resultados. As iniciativas, como as criadas para a Unimed pelo ISAE Coop, surgem da avaliação do cenário e de entrevistas com os clientes ou participantes do setor, o que define formato, metodologia, duração e conteúdo de cada curso.
“Treinamento e investimento em pessoas é garantia de retorno e ganho de vantagem competitiva. A interação contínua entre o ISAE e cooperativas permite a identificação de lacunas de capacitação nos diferentes níveis de responsabilidade, que podem ser preenchidos com cursos formatados especificamente para o cliente”, completa André Martim.